sexta-feira, 28 de maio de 2010

Reserva Natural das Desertas aposta no aumento do número de visitantes


A reserva natural das Ilhas Desertas na Madeira recebe em média 4000 visitantes por ano e quer aumentar este número, desmistificando a ideia que “estas zonas não são para as pessoas”, disse hoje o secretário regional do Ambiente.
Manuel António Correia falava no porto do Funchal antes da partida do navio da Marinha Portuguesa que levou em viagem até às Desertas um grupo de alunos de uma escola do Curral das Freiras, concelho de Câmara de Lobos, para uma visita aquele território.
O governante salientou que esta iniciativa, integrada no programa “sexta feira para a biodiversidade e para a cidadania” e programada no âmbito das comemorações do Ano Internacional da Biodiversidade, constitui “um aproveitamento inteligente das viagens de logística, de rendição dos vigilantes da natureza”.

Defendeu ser necessário “dar a conhecer as reservas porque quem conhece preserva melhor”, uma postura que tem efeitos no futuro quando a aposta é feita nas crianças, “sobretudo numa região com uma forte densidade populacional, em que dois terços do território é classificado como reserva natural”.
Disse que na região é “quase obrigatório existir uma interatividade entre as pessoas e esse meio, dada a sua proximidade, pois se as pessoas estiverem de costas voltadas as coisas não funcionam”.
Realçou que as ações desenvolvidas têm por objetivo desmistificar a ideia que estas zonas são espaços fechados à população devido à política de conservação ambiental, apontando que “cerca de 4000 visitam anualmente as Desertas, das quais 1.200 são alunos de diversas escolas”.
O diretor do Parque Natural, Paulo Oliveira, adiantou que no âmbito a iniciativa hoje desencadeada, aproximadamente 300 alunos vão poder conhecer as Desertas.
“Mas temos um programa paralelo que abrange anualmente 1.200 estudantes e este ano vamos investir mais para atingir os dois mil visitantes de escolas”, acrescentou.
No Ano Internacional da Biodiversidade, o Parque Natural apostou ainda mais na divulgação das reservas e investiu num curso de formação aos vigilantes sobre a “arte de bem receber”, num guião e num sistema para medir o impacto nos visitantes.
Por seu turno, o comandante da Zona Marítima, Amaral Frazão, referiu que estas viagens permitem também divulgar junto das crianças a vivência de um navio da armada, vivendo a “experiência do que é ser marinheiro”, algo que “pode dar frutos no futuro”.
A reserva natural das Desertas tem como símbolo o lobo marinho, uma espécie que em 1996 estava praticamente em extinção, existindo apenas um grupo composto por seis a oito elementos, e presentemente tem identificados 40 indivíduos.

Fonte: Jornal da Madeira online

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