Entrevista à famosa primatóloga britânica Jane Goodall
2010 é Ano Internacional da Biodiversidade para chamar a atenção para o ritmo da sua destruição, mas a mensagem parece não passar. Porquê?
Há demasiado jargão. A perda de biodiversidade é como uma orquestra que perde os músicos um a um. O fim de uma planta pode parecer pouco importante, mas, se um determinado for dependente dela, pode desaparecer também. No fim, o todo pode afundar-se. Somos os seres com maior capacidade intelectual, mas perdemos a sabedoria de perguntar qual é o impacto das nossas decisões. Os nossos critérios são os da próxima reunião de accionistas ou da carreira política.
Baleias, pandas, elefantes, chimpanzés. É útil pôr em destaque os grandes mamíferos ?
A biodiversidade diz respeito a todas as espécies. Essas têm o mérito de ajudar as pessoas a perceber o que significa uma possível extinção. Para as salvar é preciso salvar o ambiente e portanto muitas outras espécies também. No que respeita aos chimpanzés, a situação é sombria. Havia mais de um milhão quando comecei a estudá-los, em 1960. Hoje restam apenas 300 mil.
Apela à mudança de comportamentos e é vegetariana. Toda a gente devia seguir essa via?
Não se trata disso, mas deve pensar-se, de cada vez que se come carne de produção intensiva, o que isso significa para os animais, a saúde humana e o ambiente.
Apesar da realidade, mantém- -se optimista.
A esperança vem de a natureza ser tão resistente. E há enormes avanços na tomada de consciência, mas é preciso também mudar comportamentos.
Fonte: Diário de Notícias
segunda-feira, 28 de junho de 2010
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