O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, defendeu ontem numa reunião de 90 minutos com 23 senadores sobre a legislação climática que a poluição por carbono deve ter um preço. Mas o encontro na Casa Branca acabou sem consenso.
Os líderes democratas no Senado pretendem debater em Julho uma legislação para incentivar mais o uso de fontes de energia limpas e alternativas, como a eólica, solar e biomassa.
Mas parece que a reunião na Casa Branca não conseguiu resolver as profundas divergências no Senado, nomeadamente se a legislação deverá, ou não, impor novas exigências às fábricas, refinarias ou indústria dos transportes em nome da redução das emissões de dióxido de carbono.
O senador democrata John Rockefeller, que se opõe a reduções vinculativas, disse aos jornalistas depois do encontro que Obama e os 23 senadores não chegaram a acordo sobre como fazer avançar a legislação sobre a energia e clima.
Jim Manley, porta-voz do líder da maioria no Senado, Harry Reid, contou que muitos democratas acreditam que pôr um preço no carbono é “a coisa certa a fazer”. Isto significa exigir que as empresas paguem pelas suas emissões. No entanto, “muitas outras pessoas tinham ideias diferentes e todos pensavam que as suas ideias eram melhores do que as dos outros”, acrescentou. Manley adiantou que os senadores “ainda estão à procura de um consenso sobre o que podemos levar para a discussão” em Julho.
Obama está a usar a catástrofe no Golfo do México para convencer da urgência e necessidade desta lei climática. Mas com as eleições para o Congresso marcadas para Novembro, analistas acham que o documento tem poucas possibilidades de ser adoptado este ano. “Se não existe estratégia clara sobre este ponto [pôr um preço nas emissões], então não temos muito tempo para algo que é assim tão complexo”, comentou Divya Reddy, analista no Grupo Eurasia, em Washington.
Ainda assim, a Casa Branca afirma que Obama está confiante em como “seremos capazes de conseguir alguma coisa ainda este ano”, e acrescenta que o Presidente continua a defender a responsabilização das empresas pelos custos ambientais. Mas nem todos os senadores concordam. Dois republicanos contaram aos jornalistas, depois do encontro, que estão contra uma lei de redução de emissões. “Os americanos estão concentrados nos empregos. E quando chegar a altura de votar a lei, esta vai ser a principal razão pela qual o documento não vai passar”, disse a republicana Lisa Murkowski. “Temos de encontra o caminho que não imponha mais um peso nos cidadãos que pagam impostos”, acrescentou.
Segundo o site Politico, os senadores John Kerry e Joe Lieberman, autores de uma proposta de lei climática, afirmaram estar dispostos a ceder, limitando às centrais energéticas a redução de emissões; a sua proposta inicial abrangia também as emissões dos transportes e de outras unidades fabris. "Estamos preparados para ceder no alcance da legislação a fim de encontrar um consenso porque acreditamos, e acredito que o Presidente também acredita, que o mais importante é que a América comece a fazer alguma coisa", disse Kerry, citado pelo Politico, depois do encontro na Casa Branca.
Fonte: Reuters
quarta-feira, 30 de junho de 2010
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