Com a construção das 2 barragens hidroeléctricas no Rio Sabor e no Rio Tua (esta última ainda não adjudicada), dois rios de grande valor ecológico inseridos e geradores de ecossistemas riquíssimos e de uma riqueza paisagística ímpar, pela sua diversidade e especificidade, a EDP irá consumar dois dos mais graves crimes ambientais dos últimos anos que afectarão mortalmente a biodiversidade e erradicarão paisagens únicas da região transmontana que a natureza e o homem demoraram séculos a desenhar e que, estas sim, mereceriam classificação.
Com esta proposta, a EDP visa também, através do novo regime de gestão das áreas protegidas, passar a ter um controlo determinante em toda a área que ficaria abrangida por este Parque Natural. E por muito que a EDP refira que a gestão desta área seria entregue a uma agência de desenvolvimento, a sua dependência do financiamento da EDP ou a possível quota que a EDP teria nessa agência, permitiria esse controlo territorial. Controlo que a EDP passará ainda a ter, não só no território, mas também nas actividades, através da Lei da Água em toda a zona de influência das albufeiras, nomeadamente no leito e nas suas margens.
Para “Os Verdes” não existem dúvidas: os Parques Naturais são figuras que foram criadas para classificar e proteger ecossistemas ricos, diversificados, únicos e autênticos onde os homens e a natureza vivem em harmonia. As áreas criadas pelas albufeiras não entram nestes critérios, são áreas artificiais, pobres em biodiversidade onde muitas vezes predominam as espécies exóticas e de paisagens uniformes iguais a muitas outras no país. Esta proposta da EDP adultera os próprios conceitos de zonas que merecem ser classificadas. A EDP tenta servir-se destes conceitos para os seus fins próprios e não para os fins de conservação da natureza para os quais eles foram criados.
Para “Os Verdes”, não existem também dúvidas que esta proposta visa dar continuidade à campanha de branqueamento dos crimes ambientais da EDP, que começou com a campanha denominada “Sinta a Energia”, “Agora Viva a Energia”, que o PEV denunciou como uma das maiores mentiras do ano, no dia 1 de Abril, e da qual os cidadãos se lembram pelos concertos debaixo de água, pelas canções alusivas à beleza dos espelhos de água ou ainda pelos inúmeros spots publicitários espalhados por todo o país. Uma campanha cujos custos elevadíssimos são pagos pelos portugueses que têm das tarifas eléctricas mais elevadas de toda a Europa.
“Os Verdes” consideram ainda que todo este empenho e necessidade da EDP em “esverdear” a imagem das barragens, são a prova cabal que a luta que o PEV e outras associações, movimentos e muitos cidadãos deste país têm travado contra o Programa Nacional de Barragens, e nomeadamente contra a Barragem do Tua e Sabor, tem-se sustentado em argumentos verdadeiros e justos e que estes têm recolhido ecos favoráveis nas populações da região.
“Os Verdes” não se deixarão enganar com esta proposta e tudo farão para que a EDP não leve a cabo os seus planos para a bacia do Douro.
O Partido Ecologista “Os Verdes”
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