terça-feira, 14 de dezembro de 2010

ICNB admite falta de Vigilantes da Natureza, mas elogia modelo de gestão.

    O Presidente do Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB) reconheceu hoje a falta de Vigilantes da Natureza em algumas áreas protegidas, elogiando, no entanto, o novo modelo de gestão daqueles Parques por permitir a partilha de técnicos nas diferentes zonas.


O Presidente do ICNB, Tito Rosa, e os dirigentes dos Departamentos de Gestão das Áreas Classificadas do Norte, Centro e Alto Alentejo, Litoral de Lisboa e Oeste, Sul e Zonas Húmidas foram hoje ouvidos na Comissão do Ambiente na Assembleia da República, no seguimento de um requerimento do PSD perante a "situação difícil das áreas protegidas portuguesas".

Tito Rosa admitiu a falta de Vigilantes da Natureza nas áreas protegidas nacionais, no seguimento de várias questões das diferentes forças políticas presentes na Comissão de Ambiente.

"Reconhecemos o défice de Vigilantes da Natureza, que são a nossa peça fundamental", disse, lembrando que foi aberto um concurso público pelo Ministério do Ambiente para a contratação de cinco Vigilantes da Natureza.

"Nós sabemos da sua falta, solicitámos a abertura de um concurso público e aguardamos que seja aceite", disse Tito Rosa, lembrando aos Deputados que " também aqui se reflecte a contenção na despesa pública".

No entanto, Tito Rosa e os cinco dirigentes de departamentos foram unânimes em afirmar que apesar de algumas desvantagens "este é um modelo positivo".

O Director da área classificada do Centro e Alto Alentejo, Armando Carvalho, explicou que este modelo permite "a utilização dos recursos da administração e não apenas localmente".

"Se eu por exemplo precisar de um técnico posso ir buscá-lo a outra área", disse.

A Directora do DGAC do Litoral de Lisboa e Oeste, Sofia Castel-Branco, corroborou: "O novo modelo permite usar muito eficientemente os recursos, dado que eu não tenho os técnicos da zona x ou y, mas sim uma equipa com todos os técnicos".

Por fim, o Director das Zonas Húmidas, João Carlos Farinha: "No modelo antigo se tivéssemos cinco técnicos e não davam resposta, tinha de ser assim, com este novo modelo consigo transportar pessoas de outras áreas protegidas para dar pareceres onde é necessário".

Os Deputados salientaram ainda os cortes orçamentais no ambiente, questionando o presidente do ICNB sobre se a falta de recursos afectaria a acção da protecção e conservação da natureza.

"A mim não me interessa ter 100 euros se não os souber gastar. É mais importante se posso e consigo gastar 50 euros bem gastos. Se conseguir optimizar os meus recursos, prefiro ter menos euros a ter mais mal gastos", considerou Tito Rosa.

Na Comissão foram ainda abordados temas relacionados com a área ardida no interior das áreas protegidas, a distância entre a gestão do ICNB e as populações locais, a falta de meios operacionais, as pedreiras e as Cimenteiras no Parque Natural da Arrábida.

Fonte: Lusa

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