Animais selvagens fechados em canil de Évora
Grifo passou dois dias no canil de Évora. ICNB teve de intervir para reaver o pássaro.
Um grifo, ave ameaçada e protegida por lei, foi colocado no Canil Municipal de Évora, que apenas tem habilitações para receber animais domésticos. O pássaro foi encontrado num estado de saúde frágil por moradores da zona que ligaram para o canil, tendo, na sexta-feira, os funcionários deste local ido buscar o grifo.
A situação preocupa a Liga de Protecção da Natureza (LPN) e o Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB), que alertam para o facto de esta ser já, pelo menos, a quarta vez que animais selvagens são ilegalmente colocados naquele canil.
«Esta situação é inaceitável», considera Carlos Cruz, responsável pela LPN em Évora. Segundo este especialista, aquele grifo estaria sem forças por ser muito novo e não conseguir encontrar comida, uma vez que ainda não fora treinado pelos pais.
«Esta situação é inaceitável», considera Carlos Cruz, responsável pela LPN em Évora. Segundo este especialista, aquele grifo estaria sem forças por ser muito novo e não conseguir encontrar comida, uma vez que ainda não fora treinado pelos pais.
«Quando chega a este estado de fragilidade, o grifo já não consegue defender-se. Deixa-se apanhar pelo homem como se fosse uma galinha», explica ao SOL Carlos Cruz, também responsável pelo Centro de Acolhimento e Recuperação de Animais Silvestres (CARAS), de Évora, gerido pela LPN.
Aliás, segundo este perito, o animal deveria ter sido encaminhado para o CARAS e o seu transporte feito pelos agentes do Serviço de Protecção Florestal (SEPNA) da GNR. Mas segundo fonte oficial do SEPNA os funcionários do canil quiseram ficar com a situação entre mãos. «Foram os técnicos do Canil quem decidiu recolhê-lo», justifica o major Pereira, relações-públicas do SEPNA.
Aliás, segundo este perito, o animal deveria ter sido encaminhado para o CARAS e o seu transporte feito pelos agentes do Serviço de Protecção Florestal (SEPNA) da GNR. Mas segundo fonte oficial do SEPNA os funcionários do canil quiseram ficar com a situação entre mãos. «Foram os técnicos do Canil quem decidiu recolhê-lo», justifica o major Pereira, relações-públicas do SEPNA.
Resgatado e levado para a Quercus
Depois de ter tido conhecimento da situação, a LPN alertou o Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade. «As espécies selvagens devem ir para os centros de recuperação. Os animais têm de ser marcados, para ser estudados em projectos de investigação», esclarece ao SOL João Loureiro, deste organismo.
Depois de ter tido conhecimento da situação, a LPN alertou o Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade. «As espécies selvagens devem ir para os centros de recuperação. Os animais têm de ser marcados, para ser estudados em projectos de investigação», esclarece ao SOL João Loureiro, deste organismo.
Apesar de a situação ser ilegal e perigosa – pois o canil não tem competência para tratar de um animal destes –, o grifo teve de ali ficar mais de dois dias. «Durante todo o fim-de-semana, o canil esteve fechado. Foi impossível fazer o que quer que fosse», lamenta Carlos Cruz. Apenas na segunda-feira foi possível resgatar o grifo e transportá-lo para o Centro de Recuperação e Estudo de Animais Selvagens da Quercus, em Castelo Branco. E, entretanto, foi entregue ao CARAS. Esta não é, de resto, a primeira vez que um animal selvagem é entregue aos cuidados do canil de Évora: segundo Carlos Cruz, será, pelo menos a quarta que a história se repete. «Há uns meses, foi um bufo real. Nunca soubemos o que lhe aconteceu», conta.
A polémica, diz Carlos Cruz, remonta ao ano passado, quando o responsável da LPN apresentou uma queixa à Procuradoria-geral da República contra os agentes do SEPNA de Évora, num caso de venenos ilegais.
O SOL tentou, até à hora de fecho da edição, contactar o veterinário municipal de Évora, mas sem sucesso.
O SOL tentou, até à hora de fecho da edição, contactar o veterinário municipal de Évora, mas sem sucesso.
Fonte: SOL
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