De acordo com um artigo publicado na «Atmospheric Science Letters», um grupo de investigadores propõe pulverizar nuvens (cloud seeding) para diminuir a temperatura superficial do mar onde se formam os furacões. Os cálculos realizados baseiam-se no modelo de clima HadGEM1 e sugerem que a técnica possa reduzir o poder dos furacões.
O método assenta na relação entre a temperatura à superfície do mar e a energia associada com o potencial destrutivo dos furacões. A ideia é pulverizar as nuvens Stratocumulus marinhas (que cobrem uma quarta parte dos oceanos do mundo) para evitar a formação dos furacões, ao invés de se pulverizar as nuvens da tempestade ou do furacão directamente.
Nas últimas três décadas, tem-se verificado um aumento de intensidade dos furacões no Atlântico Norte, na Índia e no Oceano Pacífico. Para contornar esta situação, os cientistas pretendem utilizar uma técnica conhecida como Marine Cloud Brightening (MCB). Cujo objectivo é pulverizar com veículos não tripulados gotas de água do mar, uma boa parte das quais se transformaria em nuvens, aumentando a humidade e, por conseguinte, a reflectividade. Deste modo, a luz é reflectida de volta ao espaço o que reduz a temperatura da superfície marinha.
Alan Gadian, da Universidade de Leeds, afirma que se se aumentar a quantidade de luz solar que é reflectida pelas nuvens acima da região onde se desenvolvem os furacões, haverá menos energia para os alimentar.
Um dos inconvenientes desta prática é o possível impacto que causará em termos de precipitação nas regiões vizinhas. A pulverização no Atlântico poderá, no entanto, reduzir significativamente as precipitações na bacia do Amazonas, assim como noutros lugares.
Fonte: SOL
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