Duas fêmeas e um macho, com cerca de um ano e meio, foram libertados esta semana no Sul de Espanha para reforçar as populações selvagens de lince-ibérico e assim ajudar a travar a extinção do felino mais ameaçado do mundo.
Hongo, um macho com um ano e meio, foi o primeiro dos três linces a serem libertados. Segundo a Junta de Andaluzia, este lince tinha sido encontrado a 10 de Julho em Aznalcázar, na região de Sevilha, numa charca artificial de água semi-vazia, junto ao seu pai, Essência, de onde não conseguiam sair. Graças a um programa de radio-telemetria, os técnicos conseguiram localizar os dois animais e resgatá-los a tempo. “O pai estava em boa condição física e saiu por si próprio depois de ter sido colocada uma rampa de madeira”, disse a Junta de Andaluzia, em comunicado.
No entanto, Hongo precisou de mais ajuda. “Já devia estar ali preso há vários dias e tinha perdido muito peso, estava fraco. Por isso, Hongo foi capturado, avaliada a sua saúde e levado para o centro de reprodução em cativeiro de El Acebuche [no Parque nacional de Doñana] onde recuperou”, acrescentou a Junta.
Esta semana, Hongo foi libertado na mesma zona onde se deslocava antes de ter sido capturado.
Além de Hongo, os técnicos libertaram também Hulla, uma fêmea com a mesma idade e nascida no centro de El Acebuche, desta vez em Guadalmellato, em Córdova, uma das zonas escolhidas por Espanha para reintroduzir linces criados de cativeiro. Segundo a Junta de Andaluzia, este ano já foram libertados em Guadalmellato seis linces-ibéricos – dois machos e quatro fêmeas, nascidos em cativeiro. Ainda assim, dois deles apareceram mortos, um atropelado e outro por ter caído num buraco.
Por fim, na zona de Guarrizas, em Jaén, foi libertada Huelva, uma fêmea também com ano e meio. Nesta zona já foram libertados nesta temporada oito linces, todos vindos de cativeiro menos um, vindo de Andújar.
Um novo problema
Nesta terça-feira, os responsáveis espanhóis pela conservação do lince-ibérico reconheceram que as charcas de água artificiais são um problema recentemente identificado para a espécie. Além de Hongo e Essência, a 18 de Julho foi encontrado um lince, Diana, numa dessas charcas na zona de Guadalmellato. Mas a fêmea já estava morta. “Apesar de nunca termos detectado este problema, parece que estas estruturas podem ser um problema quando têm pouca água, já que os animais entram e descem para beber e já não conseguem subir de volta, por escorregarem no material plástico usado para impermeabilizar a charca”, segundo um comunicado do Projecto Life de Conservação do Lince-ibérico.
A perda da fêmea Diana foi difícil para a equipa que a seguia, especialmente porque tinha consigo uma cria com menos de quatro meses, notaram os técnicos. Mas, pela primeira vez na história daquele projecto, uma outra filha de Diana, nascida em 2011, chamada Huertezuela, adoptou a cria sua irmã e cuida agora dela como se fosse sua filha. “Esta é a primeira vez que detectámos este tipo de adopção por parte de uma fêmea depois da perda da mãe”, acrescentaram. E “a boa condição da cria leva a crer que Huertezuela está a fazer bem o seu trabalho”.
Desde 2002, o lince-ibérico (Lynx pardinus) – o felino das barbas e dos pêlos em forma de pincel na ponta das orelhas - está classificado como criticamente em perigo de extinção na Lista Vermelha da UICN. A redução drástica das populações de coelho-bravo, a sua principal presa, por causa de duas doenças, a mixomatose (surgida na década de 1950) e a febre hemorrágica viral (década 1980), é apontada como a maior ameaça ao lince. Mas não a única. A sua situação é explicada ainda pela destruição do habitat - o matagal mediterrânico -, pela perseguição directa e por atropelamentos.
O último censo na Andaluzia, de 2011, estima que vivem em liberdade 312 linces-ibéricos, mais 37 animais do que no ano anterior e mais 218 do que em 2002, ano em que apenas restavam 94 linces. Neste momento, a saída do lince-ibérico da lista das espécies criticamente em perigo de extinção está a ser ponderada pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), devido aos esforços de conservação na Andaluzia. Se o estatuto mudar, o lince-ibérico passará para espécie em perigo de extinção.
No entanto, Hongo precisou de mais ajuda. “Já devia estar ali preso há vários dias e tinha perdido muito peso, estava fraco. Por isso, Hongo foi capturado, avaliada a sua saúde e levado para o centro de reprodução em cativeiro de El Acebuche [no Parque nacional de Doñana] onde recuperou”, acrescentou a Junta.
Esta semana, Hongo foi libertado na mesma zona onde se deslocava antes de ter sido capturado.
Além de Hongo, os técnicos libertaram também Hulla, uma fêmea com a mesma idade e nascida no centro de El Acebuche, desta vez em Guadalmellato, em Córdova, uma das zonas escolhidas por Espanha para reintroduzir linces criados de cativeiro. Segundo a Junta de Andaluzia, este ano já foram libertados em Guadalmellato seis linces-ibéricos – dois machos e quatro fêmeas, nascidos em cativeiro. Ainda assim, dois deles apareceram mortos, um atropelado e outro por ter caído num buraco.
Por fim, na zona de Guarrizas, em Jaén, foi libertada Huelva, uma fêmea também com ano e meio. Nesta zona já foram libertados nesta temporada oito linces, todos vindos de cativeiro menos um, vindo de Andújar.
Um novo problema
Nesta terça-feira, os responsáveis espanhóis pela conservação do lince-ibérico reconheceram que as charcas de água artificiais são um problema recentemente identificado para a espécie. Além de Hongo e Essência, a 18 de Julho foi encontrado um lince, Diana, numa dessas charcas na zona de Guadalmellato. Mas a fêmea já estava morta. “Apesar de nunca termos detectado este problema, parece que estas estruturas podem ser um problema quando têm pouca água, já que os animais entram e descem para beber e já não conseguem subir de volta, por escorregarem no material plástico usado para impermeabilizar a charca”, segundo um comunicado do Projecto Life de Conservação do Lince-ibérico.
A perda da fêmea Diana foi difícil para a equipa que a seguia, especialmente porque tinha consigo uma cria com menos de quatro meses, notaram os técnicos. Mas, pela primeira vez na história daquele projecto, uma outra filha de Diana, nascida em 2011, chamada Huertezuela, adoptou a cria sua irmã e cuida agora dela como se fosse sua filha. “Esta é a primeira vez que detectámos este tipo de adopção por parte de uma fêmea depois da perda da mãe”, acrescentaram. E “a boa condição da cria leva a crer que Huertezuela está a fazer bem o seu trabalho”.
Desde 2002, o lince-ibérico (Lynx pardinus) – o felino das barbas e dos pêlos em forma de pincel na ponta das orelhas - está classificado como criticamente em perigo de extinção na Lista Vermelha da UICN. A redução drástica das populações de coelho-bravo, a sua principal presa, por causa de duas doenças, a mixomatose (surgida na década de 1950) e a febre hemorrágica viral (década 1980), é apontada como a maior ameaça ao lince. Mas não a única. A sua situação é explicada ainda pela destruição do habitat - o matagal mediterrânico -, pela perseguição directa e por atropelamentos.
O último censo na Andaluzia, de 2011, estima que vivem em liberdade 312 linces-ibéricos, mais 37 animais do que no ano anterior e mais 218 do que em 2002, ano em que apenas restavam 94 linces. Neste momento, a saída do lince-ibérico da lista das espécies criticamente em perigo de extinção está a ser ponderada pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), devido aos esforços de conservação na Andaluzia. Se o estatuto mudar, o lince-ibérico passará para espécie em perigo de extinção.
Fonte; Helena Geraldes/Público
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