Autoestrada verde na Noruega é Éden para abelhas em
risco
De jardins no topo de edifícios a largos
espaços verdes, passando por varandas e cemitérios floreados, na capital
norueguesa de Oslo constrói-se a primeira autoestrada de abelhas - ecossistemas
para abelhas integrados no panorama urbano - do mundo, numa tentativa de
preservar o inseto polinizador
É talvez o animal polinizador mais
conhecido do mundo e um dos que se encontra sob maior ameaça de extinção. A
abelha do mel tem nos últimos anos enfrentado um declínio na população de quase
30% na Europa e 45% nos EUA, de acordo com números da Greenpeace. A resposta
de Oslo, capital da Noruega, a este fenómeno foi simples: uma autoestrada
composta por jardins e colmeias artificiais, inserida na paisagem urbana, para
assegurar a preservação da espécie.
A autoestrada “verde” faz parte de um
projeto que visa urbanizar a abelha. A iniciativa procura criar nas
cidades norueguesas um ecossistema em que não só o ser humano possa habitar,
mas outras espécies fundamentais para a sustentabilidade do ambiente, como a abelha,
consigam reproduzir-se e viver.
O sistema é o primeiro do género no mundo
e teve contribuições de órgãos estatais, empresas, cidadãos privados e
associações de todo o país. Um website que mantém
uma rota do percurso de flores encontra-se disponível para receber perguntas e
doações de todos os interessados em ajudar.
Marie Skjelberd, entusiasta de abelhas,
convenceu a sua empresa de contabilidade a aderir ao projeto. A partir de
agora, no décimo segundo andar de um dos prédios mais modernos de Oslo, cerca
de 45,000 abelhas vão viver e trabalhar lado a lado com humanos.
Citada pelo France 24, a contabilista
mostra-se feliz pelo papel da empresa na preservação da espécie
“mostrando sinais claros de estar a tentar ser responsável na preservação
da biodiversidade “. A empresa de Marie contribuiu com cerca de 46,000 euros
para criar o habitat moderno.
Sentada num jardim do projeto, construído
por crianças e habitantes locais a que se chamou de "Jardin d’Able" -
um espaço repleto de flores produtoras de néctar como o girassol e a calêndula
- Agnes Lyche Melvaer, ativista local, diz ter fé que outras cidades e países
sigam Oslo.
“Se conseguirmos resolver um problema
mundial a nível local, talvez as medidas sejam aplicadas e funcionem noutros
lugares” diz, enquanto aproveita a vista de verão dos fiordes da cidade
norueguesa.
Os animais polinizadores são responsáveis
por cerca de um terço de toda a comida que produzimos. Destes animais, a abelha
do mel é a espécie com maior distribuição mundial e a sua sobrevivência é de
extrema importância para um futuro sustentável no planeta.
O processo de polinização é feito por estes animais de
graça, mas, de acordo com um estudo de 2005, fazer o trabalho deles pela mão
humana custaria quase 153 biliões de euros por ano.
Fonte: Expresso
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