Golfinhos e baleias, no mar, e morcegos, em terra, têm afinal mais em comum do que se poderia pensar. Para caçar as suas presas e para se orientarem no espaço envolvente, estes mamíferos utilizam um sistema de sonar, mas a coincidência não se fica por aqui. De acordo com dois estudos hoje publicados na revista Current Biology, estas espécies tão diferentes partilham afinal o mesmo mecanismo molecular na base das suas capacidades de eco-locação. Esta coincidência, que os biólogos da evolução denominam convergência, vem mostrar que este fenómeno evolutivo não é afinal tão raro quanto se pensava.
Para chegar a este resultado, os investigadores estudaram nestas espécies a expressão de um gene que codifica uma determinada proteína num grupo de células do ouvido interno, e cuja função é amplificar o som.
A pesquisa realizada por investigadores da universidade norte- -americana do Michigan permitiu verificar a expressão daquele gene em cada uma das 25 espécies de morcegos e baleias estudadas. Depois, com base nessa informação, os cientistas construíram uma árvore evolutiva, considerando apenas aquele gene. Nestas "árvores", as espécies mais próximas são as que têm mais relação entre si, enquanto as mais afastadas partilham menos características. Na "árvore" para aquele gene específico, morcegos e baleias apareciam muito próximos. "Foi chocante", confessou o líder da equipa, Jianzhi Zhang, comentando a descoberta da sua equipa. Afastadas outras possibilidades de explicação, os investigadores concluíram pela partilha do mesmo mecanismo molecular.
Fonte: Diário de Notícias
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
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