A maré negra que se continua a espalhar no Golfo do México terá entrado na Loop Current, corrente marinha que a levará agora em direcção à Florida, anunciou hoje a Agência Espacial Europeia, com base em imagens de satélite.
As imagens obtidas ontem pelo satélite Envisat, através do radar ASAR (Advanced Synthetic Aperture Radar), mostram que a maré negra entrou na chamada Loop Current, corrente de água quente que domina a circulação na zona Este do Golfo do México e que segue depois para o Atlântico.
“Estas imagens dão-nos a prova visível de que, pelo menos, algum petróleo à superfície da água atingiu a corrente”, comentou Bernard Chapron, investigador do Ifremer (Instituto francês de Investigação para a Exploração do Mar).
Chegar à Florida é uma questão de tempo, mais precisamente, seis dias, segundo Chapron. “As águas turbulentas da corrente vão acelerar a mistura da água e petróleo nos próximos dias”, o que dificulta a observação por satélite. Ainda assim, “a poluição deverá afectar o ecossistema da barreira de coral” das Florida Keys, a terceira maior do planeta.
Entretanto, manchas espessas e castanhas de petróleo começaram ontem a chegar às zonas húmidas da Luisiana, em lugar das pequenas bolas de crude detectadas nos últimos dias. O governador Bobby Jindal contou à CNN que, pela primeira vez, a maré negra está a chegar em força. “Nunca tínhamos visto esta quantidade de petróleo” nos nossos pauis, sublinhou, alertando que a poluição é agora esperada em vários outros locais. O exército já acelerou os esforços para fechar pontos de fuga ao longo da costa do Luisiana, para tentar barrar o avanço do petróleo em direcção aos estuários e zonas húmidas, noticia a televisão local WWLTV.
Outro motivo de preocupação é a chegada de bolas de crude às Florida Keys. Mas, depois de recolher amostras, as autoridades garantem que a poluição não está relacionada com o acidente ocorrido a 20 de Abril na plataforma da BP Deepwater Horizon.
A BP anunciou ontem que conseguiu aumentar de mil para dois mil os barris de petróleo recuperados diariamente do poço, a 1500 metros de profundidade.
De momento, a Agência de meteorologia e oceanos norte-americana (NOAA) mantém fechadas à pesca 19 por cento das águas do Golfo do México.
Fonte: Publico.pt
quinta-feira, 20 de maio de 2010
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