A Mata do Cabril é uma das três reservas integrais do parque e um dos 'ex libris' do País. Aí o fogo foi dominado ontem à tarde, ao fim de cinco dias
Os incêndios dos últimos dias já terão destruído mais de metade da Mata do Cabril, uma das três reservas integrais do Parque Nacional da Peneda-Gerês, admitiu ontem o director desta área protegida.
"Ainda não temos a verdadeira noção da área ardida, porque neste momento o que nos preocupa é combater o incêndio, mas é provável que mais de metade da mata já tenha ardido", disse à Lusa Lagido Domingos.
Segundo o director do PNPG, o incêndio lavra desde sexta-feira e continua por extinguir, "porque o combate às chamas naquela zona é muito complicado".
"Têm andado lá os sapadores florestais, os GIPS (grupos de intervenção, protecção e socorro da GNR), apoiados por meios aéreos, mas infelizmente o resultado não tem sido grande coisa. É preciso que se perceba que não é nada fácil combater o fogo naquele vale encaixado", reconheceu.
"O que me dizem da Autoridade Nacional de Protecção Civil é que o combate tem de ser feito por pessoal muito especializado e que conheça muito bem a zona", acrescentou.
A Mata do Cabril é constituída principalmente por um carvalhal, embora também existam azevinhais na zona da cabeceira e uma galeria ripícola junto ao rio. É considerada um dos ex libris da zona.
"Muitas destas espécies têm uma idade muito avançada e algumas acabaram por se perder com o fogo", disse Lagido Domingos.
A Quercus também estima que tenha ardido "mais de metade" da Mata. João Branco criticou a "fraca mobilização" de meios para o combate.
E o ambientalista exemplificou: "Hoje (ontem) só lá está o pessoal do PNGP, sem ajuda de qualquer bombeiro. É inadmissível quando está em causa uma mata que, pela sua riqueza, goza do mais alto estatuto de protecção."
Lagido Domingos explicou que foi só uma situação pontual, porque o pessoal que tem estado no combate "estava extenuado", mas garantiu que estão a caminho do local mais sapadores e bombeiros.
Ontem o dia foi mais calmo no terreno. Apesar de ter havido três fogos em Vila Pouca de Aguiar, ao início da noite havia no País apenas seis. Os dois maiores estavam dominados.
Fonte: Diário de Notícias
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
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Said
Ando desolado com estes fogos no Geres. Estive lá à uns meses... doi no coração o que se perdeu por lá!