quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Fórum Mundial Lisboa 21, nas vésperas da Cimeira Rio


    Encerramento do Fórum Mundial Lisboa 21 define etapas para a criação
de instituições das Nações Unidas com sede na Ibéria, nas vésperas da
Cimeira Rio+20
Terminou a jornada de dois dias que trouxe à capital portuguesa o
Fórum Mundial Lisboa 21, o evento sobre água, energia e
desenvolvimento sustentável cujas conclusões estão já a ser traduzidas
para um documento a apresentar no ano que vem na Cimeira Rio+20, a
decorrer no Rio de Janeiro.

Tendo reunido mais de 650 participantes na Sociedade de Geografia de
Lisboa, a iniciativa que visou a participação da sociedade civil em
todas as suas variantes – particulares, universidade, comunicação,
ONG's, instituições e empresas - foi caracterizada por um ambiente de
espírito de missão e entusiasmo. Depois de, numa primeira instância,
ter sido proposta a criação de uma Agência para a Água e de um Centro
de Desenvolvimento Sustentável no âmbito das Nações Unidas, ambos com
sede ibérica, o segundo dia de trabalhos foi marcado por quatro mesas
redondas e três sessões paralelas que abriram o âmbito da discussão
ambiental aos desafios nos países desenvolvidos e emergentes, à
cultura, à comunicação e à educação – continuando os pressupostos da
Carta da Terra.

A cultura foi, aliás, promovida no evento como um necessário quarto
pilar do conceito de desenvolvimento sustentável - para além da coesão
social, da protecção ambiental e do desenvolvimento económico -, uma
vez que podem ser aplicadas medidas, mas os comportamentos não mudam
por decreto, antes através de uma transformação na atitude cultural.
Embora a cultura da água sempre tenha existido e tenha sido
reconhecida no evento como fundamental, a necessidade de informação
confiável e de livre acesso deve continuar a ser uma das formas de
envolver a sociedade civil no tema e simultaneamente, de programar
acções futuras.

Uma das principais conclusões retiradas do encontro foi a necessidade
premente de mudança do paradigma ambiental no mundo, contando que a
chegada aos sete mil milhões de habitantes – um anúncio feito em plena
ocorrência deste evento – aporta crises de governabilidade e nova
urgência na criação de organismos que tutelem os recursos de forma
independente e permitam cumprir com as metas definidas
internacionalmente. Tal como avançou Carlos Fernández- Jaúregui,
director da Water Assessment and Advisory-Global Network, "sendo que
vamos fracassar nos objectivos estipulados para 2015, esta é já a
segunda década perdida sem avanços!". Formulações como esta serão
atempadamente partilhadas com as Nações Unidas por um embaixador cuja
identidade será anunciada em breve por este grupo de trabalho, que
prevê igualmente a definição de um road map de etapas para próximas
intervenções e iniciativas.

O encerramento do Fórum Mundial Lisboa 21 foi dirigido por algumas das
instituições impulsionadoras do evento e principais estimuladores da
discussão com fins práticos a um nível global, nomeadamente Pedro
Rebelo de Sousa (Presidente do Instituto Português de Corporate
Governance), Manuel Braga da Cruz (Reitor da Universidade Católica
Portuguesa), Luís Aires-Barros (Presidente da Sociedade de Geografia
de Lisboa), Ricardo Díez-Hochleitner (Presidente de Honra do Clube de
Roma), Carlos Fernández Jaúregui (Director da Water Assessment and
Advisory-Global Network) e Amálio de Marichalar, Conde de Ripalda,
Presidente do Foro Sória 21. Foi a este último que coube agradecer o
alto patrocínio da Presidência da República e do Comissário Europeu
para o Ambiente, assim como a todos os presentes pelo seu contributo
e, finalmente, sublinhar que "é necessário colocar a sabedoria ao
serviço das pessoas e Portugal mostrou que o futuro é o que
construirmos".

Fonte: green media

Foto: Francisco Correia

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