Nicarágua cria força de eco-soldados para mitigar os efeitos das Alterações Climáticas
O Batalhão Ecológico tem como missão impedir a destruição das florestas essencial para garantir a precipitação necessária à segurança num país onde a agricultura tem um importante papel e que, além do mais, pretende diminuir a dependência energética no petróleo através da construção da maior central hidroelétrica da América Central.A Nicarágua é um país rico em reservas naturais e outras zonas com florestas densas que, no entanto, têm vindo a ser paulatinamente destruídas, como tem acontecido noutros países dos continentes americano, africano e asiático. Com efeito, desde 1983 que a área florestada do país diminuiu de 63% para 40% devido à procura de matéria-prima por parte da indústria madeireira, agravada pela ação de agricultores e criadores de gado.
Se nada for feito, prevê-se que apenas 25% do país permanecerá florestado em 2030. O governo considera-o uma grave ameaça à segurança nacional, uma vez que as florestas são essenciais para mitigar os efeitos das Alterações Climáticas, que devido ao aumento de 3ºC da temperatura nos últimos 50 anos e à alteração dos níveis de precipitação, já resultaram na perda de 200 milhões de dólares anuais desde 2006 em cultivos agrícolas.
A subida das temperaturas e a alteração dos padrões de precipitação têm forçado os produtores de café a transferir os seus cultivos para zonas de maior altitude, algo que não pode continuar indefinidamente.
Para garantir que as projeções oficiais quanto à desflorestação e as suas consequências económicas não se concretizam, o governo criou uma força armada para combater o flagelo da destruição das florestas.
O Batalhão Ecológico é constituído por 580 homens que zelam pela preservação das florestas como estratégia para reduzir o impacto das Alterações Climáticas e que, para além das armas, também recorrem às pás, participando naquele que é um esforço nacional de replantação.
O combate à desflorestação é também essencial para a concretização dos objetivos do governo em matéria de produção de energia. Com efeito, a Nicarágua pretende diminuir a sua dependência no petróleo através da construção de um grande empreendimento hidroelétrico que dará resposta a 50% das necessidades de eletricidade do país.
Segundo Col Nestor Lopez, o responsável pelas operações civis do Batalhão Ecológico “O governo da Nicarágua está a procurar alterar a matriz da sua reserva energética, e para tal necessitamos de preservar e conservar as nossas reservas naturais para que tenhamos a água necessária para o funcionamento daquela que será a maior central hidroelétrica da América Centram, Tumarin”, acrescentando de seguida “Mas se não tivermos florestas, não poderemos produzir a chuva necessária para tornar este projeto sustentável. Não podemos ter uma central hidroelétrica no deserto”.
Fonte: Filipa Alves
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