Ecoturismo em Portugal: um exemplo da economia verde em franca expansão
Os cursos superiores de Ecoturismo disponíveis em Portugal são leccionados na Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Coimbra, desde 1999. Encontram-se abertas as candidaturas até 21 de Setembro.Sendo certo que o Turismo é uma das principais mais-valias da Economia Portuguesa, também parece que a sua mais recente especialização, o Ecoturismo, será com certeza um dos seus próximos trunfos. Esse é o prognóstico do Instituto do Turismo no seu relatório público sobre Turismo de Natureza.
O sector do ecoturismo vem crescendo a taxas anuais superiores a 7% desde meados da década de 1990 — um ritmo de crescimento superior à generalidade das actividades económicas. Especializa-se na oferta de experiências de lazer desportivo e cultural em espaços naturais, gerindo as actividades turísticas conforme preceitos de sustentabilidade social, ambiental. Segundo a Organização Mundial de Turismo, um organismo inter-governamental pertencente às Nações Unidas, todos os anos mais de 60 mil milhões de euros de serviços ecoturísticos são adquiridos no mercado global. Somente na Europa se adquirem, a cada doze meses, mais de 22 milhões de viagens internacionais com o intuito de realizar Turismo de Natureza, ou seja Ecoturismo praticado em Áreas Naturais Protegidas. Na medida em que os destinos turísticos clássicos em espaços urbanos tendem para a sobrelotação, e que a opinião pública se torna cada vez mais atraída pelos valores ambientais, espera-se que o sector do Ecoturismo continue a crescer pelo menos até 2020, ano em que facturará mais de 25% das receitas do sector turístico em geral.
Todos os anos cerca de 500 mil pessoas procuram os espaços naturais portugueses, dispondo-se a gastar entre 100 a 170 € por dia em actividades de ecoturismo. Deste número de visitantes cerca de 20 mil provêm do estrangeiro. Este efectivo tende, porém, a aumentar: Portugal é visto pelos europeus como um aliciante destino de Turismo de Natureza. Como ainda é relativamente escassa (comparativamente a outros destinos) a publicidade internacional dada aos nossos parques naturais e outras áreas protegidas, a sua promoção publicitária irá decerto provocar um aumento da procura destes espaços.
Do ponto de vista do operador turístico existem ecoturistas para todos os segmentos da procura. Desde logo encontram-se clientes muito exigentes em termos intelectuais, desportivos e deontológicos, que esperam ser acompanhados por guias capazes de interpretar com rigor científico a diversidade de fauna, flora e substratos geológicos, bem como a paisagem natural e cultural, e se dispõem a pagar generosamente tais serviços. Existem também clientes mais descontraídos, interessados em despender algum tempo e dinheiro em actividades leves, onde a interpretação do património natural seja feita de modo relaxado e menos aprofundado. E também há clientes que privilegiam o desporto de aventura nos espaços silvestres, sendo-lhes menos importante o conhecimento da Natureza em seu redor. Todos eles esperam encontrar segurança nos percursos, sejam eles feitos a pé, de bicicleta, a cavalo, de caiaque, ou outros meios, e exigem que a logística das actividades respeite uma sólida ética ambiental.
Os cursos superiores de Ecoturismo disponíveis em Portugal são leccionados na Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Coimbra, desde 1999, em simultâneo com formações em Engenharia do Ambiente e Engenharia Agro-Pecuária. Seja aos níveis de Licenciatura ou de Mestrado, essa escola oferece aos seus estudantes uma preparação multidisciplinar nas áreas científicas da Ecologia, do Ambiente, das Ciências Económicas e Ciências Sociais, munindo-os dos conhecimentos necessários a uma carreira tão polivalente como prometedora. Encontram-se abertas as candidaturas para ambos os cursos até 21 de Setembro.
Fonte: Pedro Bingre - Escola Superior Agrária de Coimbra
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